quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Enteléquia

O tom geral das vozes que transmitem a filosofia política hegeliana, especialmente o valor conferido ao Estado nesta filosofia, é de apreensão (no caso de um libertário) ou gozo interminável (no caso de um socialista). Não consigo entender como os princípios da Política de Aristóteles, repetidos substancialmente por Hegel, podem provocar tanto escândalo. Diz o Estagirita que a polis engloba, pressupõe e "absorve" a família, e lá estão os peripatéticos aplaudindo. Diz Hegel a mesma coisa, e começam os gritos aflitos de "Oh! É a Religião de Estado substituindo as estruturas tradicionais!". Se o Estado é tomado por um como realização da natureza humana, ponto culminante das formas sociais, vem em seguida o elogio a sua sabedoria sem fim. Se é apresentado assim por outro, aponta-se o rugido do Leviatã vindo do nórdico em robe de chambre.

Que coisa confusa...

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