sábado, 2 de agosto de 2008

Dezoito anos

Sete deveres de Estado o convocam, indiferentes; o olhar logínquo de um mundo que se cala parece desafiá-lo, e as respostas fáceis fogem, em meandros cada vez mais intrincados; suas frivolidades têm o sabor acre do que é artificial, e suas alegrias carregam agora a gravidade de cada momento. E todos os inimigos que não podia enfrentar, todas as responsabilidades de que a mocidade o protegia o esperam. Pode se acovardar, retroceder, fingir que a vivacidade das primaveras antigas mantêm o mesmo perfume. Mas isso seria confrontar o valor do tempo. Nos dias que correm, no ouro novo que fluir, é aí que deve se concentrar sua preocupação. As suas lágrimas, os seus deslumbramentos, estão guardados para a eternidade. Mas nos dias que correm, aí está o seu desafio...



Da série Conversas num Boteco em Bizâncio.

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