quinta-feira, 31 de julho de 2008

Neo-feudalismo

A Idade Média compreendeu tudo. Enquanto ia passando pela estéril disputa entre arautos do absolutismo e apóstolos da soberania popular, que fez tanto sucesso uns séculos atrás, a impressão deixada em mim é parecida com aquela deixada em Aristóteles pela briga entre pré-socráticos: um bando de bêbados delirando. Dos ébrios doutos que participaram do querela monárquica nos séculos XVIII e XIX, o único a ter alguma consciência da fragilidade conceitual foi Hegel, que alude a um certo "reino medieval", efetivo, realizado historicamente. Ninguém mais parece atinar para o fato de que punham em disputa um monte de idealizações deformantes, normalmente sem referência alguma a fatos concretos. O tio Georg, porém, só faz sua alusão para ressaltar que o tal regime monárquico medieval morreu a difícil morte e pertence ao passado.

Não tenho a pretensão de avaliar a viabilidade do tal regime. Mas não nego que ele me desperte um vivo interesse. Trata-se de uma engenhosa combinação de república, com eleitores para seus representantes, que exercerão o poder legislativo, e monarquia, com um poder soberano nas mãos de um sujeito só. Segundo S. Tomás, o rei é imune às leis, mas não as elabora.

Pronto. Eis aí, em meio ao brilho medievo, a solução para inúmeras besteiras políticas que perpassam a modernidade. Vou pesquisar mais sobre o assunto, e mais tarde junto mais dados a essa breve descrição.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Apresentação

O título bizarro do blog é tirado da célebre palestra de Hegel a seus estudantes em Heidelberg. Significa "Coragem da Verdade". Não o escolhi por acaso, nem por pedantismo germanófilo, mas para indicar minha intenção principal aqui. Pretendo tratar, na medida do possível, daquilo que merece toda a a atenção do mundo, de maneira a contribuir para o esclarecimento das confusões. Pelo menos da minha. Se falar de política, simbólica, literatura, história, e outras disciplinas acima da minha compreensão, será sempre com o propósito de dizer, da maneira mais precisa e expressiva, o que conheço, e onde tenho de avançar.

Também há, nesse blog, uma componente lúdica. Preparo-me para entrar no glorioso reino da maioridade, e tive a infeliz idéia de me considerar apto a escrever um pouquinho. E me divertir na mesma proporção em que exponho algumas conclusões.

Quanto aos leitores, não desprezarei sua soberania. É a eles, ao gáudio deles, que esse blog se destina. Que não existam, pouco me importa. Continuarei pensando na melhor e na mais clara exposição de idéias, para que essas entidades obscuras encontrem satisfação em suas visitas.